Qual é a média de QI?

Os testes de QI são um tipo de medidor que expressa a inteligência de um indivíduo em um número. Existem muitos tipos de testes, mas a maioria utiliza 100 como a média de QI da população em geral. Este valor é utilizado como um ponto de referência. Nesse sentido, os resultados de um teste de QI não são uma medida absoluta, mas antes um sistema de classificação que permite que a pessoa saiba como se classifica sua inteligência comparativamente aos demais.
média de QI

Como é calculada a média de QI?

O conteúdo e o propósito dos testes de QI mudaram consideravelmente ao longo do tempo, mas seu sistema de pontuação tem sido mais ou menos consistente. Normalmente são pontuados usando um dos seguintes dois métodos.
 
O primeiro método é baseado na idade do indivíduo. A idade mental da pessoa é dividida pela cronológica e depois multiplicada por 100. O segundo método, o mais utilizado atualmente, é baseado em um processo de padronização. O mesmo teste foi aplicado a uma amostra representativa da população, levando em consideração idade, cultura e escolaridade, e sua pontuação foi usada para estabelecer uma pontuação média de QI geral.
 
Apesar das diferenças na abordagem, ambos os métodos concordam com a definição de 100 como a média e mediana de QI, com um desvio padrão de 15 valores para se conformar a uma curva de distribuição normal em forma de sino.

Como se distribuem as pontuações de QI

Cerca de 68% das pontuações se encontram entre 85 e 115, o que significa que estão dentro dos desvios-padrão da pontuação média de QI. Essa porcentagem aumenta para 95% se considerarmos as pontuações entre 70 e 130. Devido a essa alta porcentagem, algumas escalas de inteligência classificam as pontuações entre 70 a 85 como média baixa e aquelas entre 115 e 130 como média alta.
 
A curva de distribuição das pontuações de QI também mostra que apenas uma pequena porcentagem de pessoas atinge uma pontuação acima de 130 ou abaixo de 70. Enquanto as pontuações acima de 130 indicam uma inteligência avançada, aquelas inferiores a 70 podem ser um indicador de deficiência de aprendizagem ou de um problema de desenvolvimento.

O que avaliam os testes de QI?

Existem diferentes tipos de testes de QI, mas a maioria deles está pensada para medir a inteligência cristalizada e fluida. A inteligência cristalizada se refere ao conhecimento e às habilidades que um indivíduo adquire durante sua vida, enquanto a inteligência fluida é o mesmo que a capacidade cognitiva geral, ou seja, a capacidade de raciocinar e pensar logicamente, reconhecer padrões, fazer inferências e aprender coisas novas.
 
A inteligência cristalizada tende a aumentar com o tempo, enquanto a inteligência fluida tende a diminuir à medida que as capacidades cerebrais se deterioram com a idade.
 
Para medir esses tipos de inteligência, os testes de QI estão divididos em subtestes ou conjuntos de exercícios projetados para avaliar habilidades específicas. A maioria dos testes inclui exercícios que medem a compreensão verbal, concentração, inteligência visual-espacial e matemática, capacidade de raciocínio e memória. Cada subteste também pode ser administrado individualmente.

Por que os testes de QI não são uma ciência exata

A pontuação média de QI de 100 é o produto de um processo de padronização. Todos os resultados dos testes de QI são uma estimativa da inteligência de alguém em comparação com outras pessoas. Não podem apresentar uma medida precisa, pois vários fatores podem influenciar seus resultados.
 
Por exemplo, como mencionado anteriormente, uma pontuação de QI inferior a 70 pode ser um indicador de uma deficiência de aprendizagem ou de um problema de desenvolvimento. Esses são dois problemas muito diferentes que o teste não pode determinar.
 
No caso de uma deficiência de aprendizagem, isso implica que o indivíduo tem uma inteligência fluida normal, mas pode ter um problema cognitivo que dificulta a retenção e aprendizagem de novos conhecimentos e informações. Isso não o torna menos inteligente do que os demais, apenas indica que pode ser necessária uma abordagem de aprendizagem diferente para desenvolver sua inteligência cristalizada. Portanto, seus resultados de QI podem ser uma falácia, pois o teste não foi projetado para levar em consideração sua condição individual.

Fatores que influenciam as pontuações de QI

Diferentes países têm diferentes pontuações médias de QI. Por exemplo, o QI médio nos Estados Unidos é 98 e no Brasil é de 85. Já Cingapura e Hong Kong têm as pontuações de QI mais altas: 108. Em contraste, a média de QI é menor em países menos desenvolvidos. Nos Camarões, a pontuação média é de 65, em Moçambique é de 64 e na Guiné Equatorial é de 59, por exemplo.
 
Esses resultados levaram a várias opiniões controversas dentro da comunidade científica, com alguns cientistas defendendo a explicação eugênica (e, portanto, racialmente tendenciosa) para essas diferenças.
 
No entanto, devido à forma como os testes de QI são projetados, a grande maioria dos investigadores concorda que raça e gênero não têm uma influência significativa nos resultados. Em vez disso, fatores como a educação e o acesso a esta, saúde, cultura, nutrição e o entorno do indivíduo têm um papel e influência muito mais fortes. Além disso, esses fatores estão interligados e afetam diretamente tanto a inteligência cristalizada como a fluida.
 
Alguém com fácil acesso à educação ou com formação acadêmica provavelmente possui uma inteligência cristalizada superior. Boa nutrição e saúde levam a um corpo e cérebro mais saudáveis e a um melhor desempenho destes. Um ambiente tranquilo e seguro também é essencial para um bom desempenho cognitivo. Já a cultura desempenha um importante papel promovendo ou impedindo que o indivíduo seja curioso e procure aumentar seus conhecimentos. Além disso, a cultura também influencia a própria forma como a realidade e o funcionamento do mundo são entendidos. 
 
A importância desses fatores é frequentemente usada para explicar o aumento das pontuações médias de QI em muitas partes do mundo desde 1900. Este fenômeno é também chamado de “Efeito Flynn”, já que foi o cientista James Flynn o primeiro a descobrir este aumento. De notar que, desde 1900, é agora mais fácil aceder a uma educação formal, as vacinas e cuidados médicos melhoraram a saúde dos indivíduos e também agora a alimentação é mais rica e nutritiva.

Ter um QI médio é algo ruim?

De jeito nenhum! A média de QI existe precisamente porque a grande maioria da população (entre 68 e 95% dependendo de como interpreta o conceito de média) também tem esse nível de QI. A maioria dos médicos tem um QI médio, a maioria dos professores, artistas talentosos, cientistas, inventores, pessoas com um nível de conhecimento e intelecto incríveis que são mestres em seu ofício e excepcionais no que fazem. Ter um QI médio não os impediu de ter sucesso e não diminui suas conquistas de forma alguma.
 
Ter um QI alto não é sinônimo de sucesso. Significa apenas que a pessoa consegue ou conseguiu ter um bom desempenho perante os exercícios do teste. No entanto, há muito mais na vida e em um indivíduo do que aquilo que é analisado em um teste de QI.

Outros artigos

Partilhe com os seus amigos